E quem quiser contribuir, mandando inclusive textos, é só me contactar. Comentários, é claro, serão bem-vindos - quem quiser polemizar, discutir, brigar, também pode: só não prometo continuar no tema, pois o tempo nem sempre existe, nem tudo vale a pena mergulhar fundo e os assuntos são muitos.

Ah! Para quem não me conhece, posso me definir como um ATIVISTA CULTURAL BRASILEIRO – adotando definição dada pela jornalista Beatriz Wagner (obrigado, Bea!) durante o Brazil Film Festival de Sydney, em outubro de 2009. Sou de São Paulo, capital, mas moro em Sydney, Austrália desde o final de 1980. Além de ser ou gostar de ser um ativista cultural, ou como parte disso, faço música, cinema, escrevo, trabalho como guia de turismo multilíngüe (em português, inglês, espanhol e italiano) viajando por toda a Austrália, faço traduções, dou aulas de violão, português e inglês, entre outras coisas – e sou formado em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie (SP) sem ter exercido a profissão.

quarta-feira, março 03, 2010

EDU LOBO lança novo e excelente CD: leia texto de Julio Moura abaixo



EDU LOBO – TANTAS MARÉS


Novo álbum traz inéditas com Paulo César Pinheiro, recriações de parcerias com Chico Buarque e participação de Monica Salmaso

Um novo disco de Edu Lobo deve ser saudado como uma maré de sorte. Sobretudo se na corrente destas águas emergem seis composições inéditas com Paulo César Pinheiro, quatro recriações de parcerias com Chico Buarque e uma jóia com Cacaso quase esquecida no vasto e irretocável oceano de suas obras. Gravado no estúdio da Biscoito Fino, o álbum “Tantas Marés” tem produção e arranjos de Cristóvão Bastos com a participação da cantora Monica Salmaso.

Em ritmo de baião, “A dança do Corrupião” abre os trabalhos, plena de síncopes, contratempos e versos acrescentados por Paulo César Pinheiro à melodia original lançada por Edu no disco “Corrupião”, de 1994. “Levanta o pé, vem / pula do chão / até pegar a divisão / cumé, hein? / é a pisada do baião”, ensina a letra que metaboliza tema em canção, com arranjo de Cristóvão Bastos livremente inspirado no original, de Gilson Peranzzetta.

Outra composição instrumental a ganhar versos de Pinheiro é “Perambulando”, lançada no disco “Meia Noite”, de 1995. Edu e Paulo escreveram quatro canções especialmente para este novo álbum. Três delas contemplam a grandiosidade das cordas e se valem de violinos, violas e violoncelos, sob os arcos de Bernardo Bessler, Daniel Guedes, Jesuína Passaroto e Marcio Mallard, entre outros, arregimentados pelo violinista José Alves.

A passagem do tempo, com suas tristezas e seus auspícios, é abordada em “Vestígios”, onde imprimem-se “retratos de fatos e histórias talvez banais / vestígios de tempo / que mesmo embaçados não passam jamais”. Ondas de lirismo e sabedoria diante das ressacas do destino: “tantas marés / eu já vi passar / carregando meus pés por todo o mar / que a vida é pra se navegar”.

Aliada ao oboé de Carlos Prazeres, “Qualquer caminho” funciona como uma bússola interior para as correntes incertas da existência: “já peguei tanto desvio pra chegar até aqui / só que de mim mesmo nunca me perdi”, enquanto “Coração cigano” garante o sabor dos movimentos (“Coração roda-de-engenho / feito o meu movido a mágoa / Quanto mais mágoas eu tenho / Gira mais a roda d´água”).

Edu e Monica Salmaso dividem os vocais no acalanto sinuoso e místico de “Primeira Cantiga”: “Dorme que vou te embalar / no meu colo quente / como a lua embala o mar e a maré embala a gente”. São duas vozes e apenas dois instrumentos. Se bem que o piano de Cristóvão Bastos e o baixo acústico de Alberto Continentino impõem uma moldura sonora de corar qualquer pretensão minimalista.

Edu sacou “Angu de Caroço”, parceria com Cacaso, do disco “Tempo Presente”, de 1980. Assim como “A dança do Corrupião”, a canção exalta os efeitos irresistíveis de determinadas vertentes da música brasileira. Neste caso, o frevo, uma de suas influências primeiras, a partir da convivência com seu próprio pai – o compositor e jornalista Fernando Lobo – que o apresentou ao gênero imortalizado por Capiba e Nelson Ferreira: “E cada passo que eu dei / cada fogueira pulei / E nunca mais que larguei aquele angu de caroço”. Para reforçar o angu, o arranjo é temperado pelos metais em brasa de Mauro Senise (sax alto e piccollo), José Canuto (sax alto), Henrique Band (sax tenor e flauta) e Jessé Sadoc (trompete).

Quatro parcerias com Chico Buarque, egressas de musicais compostos pela dupla. Do Grande Circo Místico (1982), “Ciranda da Bailarina”, “A Bela e a fera” e “A História de Lily Braun”, diretamente da boca do Lobo, dispensam maiores considerações. São expoentes incontestáveis do repertório moderno brasileiro e deveriam ser utilizadas como referências obrigatórias em salas de aula, assim como Machado de Assis, Getúlio Vargas ou o triângulo da hipotenusa.

E já que vislumbramos o tal do Brasil melhor, a “Ode aos ratos” – de Cambaio (2000) – empurra goela abaixo dos corruptíveis de fuça gelada a metáfora fétida e devastadora do “saqueador da metrópole / tenaz roedor de toda esperança / estuporador de ilusão”. Para a barra pesar de vez, só que no melhor e mais musical dos sentidos, a guitarra de Lula Galvão, a flauta de Carlos Malta e a bateria de Jurim Moreira oferecem suas virtuosas contribuições.

Com letra de autor desconhecido em domínio público, “Senhora do Rio” foi lançada ao vivo no DVD “Vento Bravo”, via Biscoito Fino, em 2008. Aqui, a torrente de piano e cordas arranjadas por Cristóvão Bastos desemboca certeira nos ouvidos dos bentos filhos do Brasil de Edu Lobo, independente do curso incerto das marés do mercado. Muito além da superfície, sua música flui feito correnteza impulsionada por ventos bravos. Ou como faca que dá talhos sem dor.

Julio Moura

Faixas

01 Dança do Corrupião
Autores:
Edu Lobo/Paulo César Pinheiro
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





02 Coração Cigano
Autores:
Edu Lobo/Paulo César Pinheiro
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





03 Primeira Cantiga
Autores:
Edu Lobo/Paulo César Pinheiro
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





04 Angu de Caroço
Autores:
Edu Lobo/Cacaso
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





05 Perambulando
Autores:
Edu Lobo/Paulo César Pinheiro
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music/Warner Chappell





06 Qualquer Caminho
Autores:
Edu Lobo/Paulo César Pinheiro
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





07 Ode aos Ratos
Autores:
Edu Lobo/Chico Buarque
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music / Marola Edições – 2294-2999





08 Tantas Marés (Ex - Vestígios)
Autores:
Edu Lobo/Paulo César Pinheiro
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





09 Ciranda da Bailarina
Autores:
Edu Lobo/Chico Buarque
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music / Marola Edições – 2294-2999





10 Senhora do Rio
Autores:
Edu Lobo
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music





11 A Bela e a Fera
Autores:
Edu Lobo/ Chico Buarque
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music / Marola Edições – 2294-2999





12 A História de Lilly Braun
Autor:
Edu Lobo/Chico Buarque
Intérprete: Edu Lobo
Editora:Lobo Music / Marola Edições – 2294-2999






Ficha Técnica


Uma Realização Biscoito Fino

Direção Geral: Kati Almeida Braga
Direção Artística: Olivia Hime
Coordenação de Produção: Joana Hime
Produção: Raquel Deleuse e Ítalo Amaral

domingo, janeiro 31, 2010

Retratos do Sincretismo

Novo livro resgata o Brasil visto pelas lentes do francês Pierre Verger

Retratos do Sincretismo
Foto: por Pierre Verger
Candomblé: Bahia, 1972 - O bom trânsito de Verger permitia que ele registrasse incontáveis cultos religiosos. Estas imagens são da festa Águas de Oxalá, com participação do Candomblé Opô Aganjú


''Este homem é um feiticeiro, tem poderes." Essa é uma das inúmeras descrições feitas a respeito de Pierre Verger. Nascido na França em 1902, Verger era homem da época em que ainda existiam mistérios perdidos para serem descobertos nos quatro cantos do mundo. Na década de 30, largou a vida confortável que tinha em seu país e virou fotógrafo itinerante. Acompanhado de sua Rolleiflex, rumou ao Oriente e à África, clicando civilizações que viraram poeira com a chegada dos tempos modernos. Depois da Segunda Guerra, Verger aparentemente já tinha visto tudo, mas sua vida mudou totalmente quando chegou à Bahia em 1946. Ele se transformou, mergulhando de cabeça na cultura e religião afro-brasileiras. Verger estudou a diáspora africana e se apegou ao candomblé, ganhando o título de babalaô. Sua atuação como etnológo foi reconhecida pela Universidade de Sorbonne. Os retratos de Verger capturam a essência da Bahia pré-trio elétrico. Até sua morte em 1996, foi um dos grandes poetas visuais de Salvador, celebrando rostos anônimos, porém expressivos, e invadindo ruas, becos e ladeiras. O livro Pierre Verger - Fotografias para Não Esquecer (Terra Virgem) resgata uma parte do acervo desse mestre.

sábado, janeiro 23, 2010



Para quem ainda nao viu… esse é o projeto do escritório americano Diller Scofidio + Renfro (DS+R), que vai dar forma ao novo Museu da Imagem e do Som (MIS) na Praia de Copacabana.

O projeto é inspirado nas curvas do calçadão de Copacabana e prevê rampas, janelões envidraçados e paredes vazadas, em que os visitantes vão ver não só o acervo do museu como também a paisagem da praia mais badalada do Rio de Janeiro.

As obras devem começar no início deste ano de 2010 – e a expectativa é de que o museu fique pronto dois anos e meio após a demolição do prédio em que funciona (ou funcionava) a boate Help.

Sensacional!!!!!!!!

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New York-based architect Diller Scofidio + Renfro (DS+R) has won the competition to design a new Museum of Image and Sound (MIS) on Copacabana Beach, Rio de Janeiro, Brazil.

The new BRL 65 million (US$ 35 million) MIS, which will occupy the site of an infamous nightclub, will use include extensive external access ramps and windows that will frame different views of Copacabana beach.

Covering 4500 m2, the new MIS will have space for permanent and temporary exhibitions, research facilities, a restaurant, and an open-air auditorium.

Construction, which is expected to start this year, will take two and a half years.

The present MIS was founded in 1965 and houses a variety of photos, posters, films, videos, and newspaper clippings, all of which will be transferred to the new museum.

sábado, janeiro 09, 2010

São Luiz do Paraitinga


Culturas Populares

Patrimônio imaterial de São Luis do Paraitinga também pode ser afetado pela catástrofe

A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural vem a público se solidarizar com a população da cidade histórica de São Luiz do Paraitinga e tentar colaborar para que seu processo de recuperação seja o mais rápido e integral possível. Para tanto, chamamos a atenção para o fato de que não foi apenas o patrimônio histórico e material da cidade de São Luiz do Paraitinga, localizada no Vale do Paraíba (SP), que sofreu com a enchente provocada por fortes chuvas que caíram sobre a cidade histórica nos primeiros dias do ano. Tombada como Patrimônio Histórico Material desde 1982, o município possui uma riquíssima variedade de tradições culturais imateriais, que não deverão acontecer neste ano, em conseqüência do desastre natural.

Além do Carnaval, um dos mais originais do Estado de São Paulo, que tem como característica principal as Marchinhas, que “contam” a história do povo da cidade com seus mitos, lendas e tradições, São Luiz é palco de várias festas religiosas e expressões culturais tradicionais importantes como a Festa do Divino, as Folias de Reis, a Semana Santa, o Corpus Christi, a Festa de São Luiz de Tolosa (em homenagem ao padroeiro da cidade o Frade franciscano São Luiz de Tolosa) e as Festas de Nossa Senhora das Mercês e de Santa Cecília.


O Saci, um dos personagens principais das lendas brasileiras, também tem o seu dia de festa em São Luiz de Paraitinga. Realizada todo dia 31 de outubro, a Festa do Saci começa com o “Saciciclístico”, um passeio ciclístico pelas trilhas naturais existentes em volta da cidade e cujos últimos 800 metros são percorridos pelos participantes pedalando com um pé só. A Festa tem ainda teatro infantil, o Bolo do Saci, o Raloim Caipira e termina com a apresentação de várias bandas e artistas locais. A partir daí iniciou-se uma campanha positiva, de afirmação da identidade cultural nacional em contraposição ao avanço de festejos exógenos como o Halloween, que culmina agora com a defesa da escolha do moleque travesso para mascote da Copa do Mundo de 2014.

Nas festas religiosas, e também nas profanas, não faltam as presenças dos personagens João Paulino e Maria Angu, um casal de bonecos gigantes que faz a alegria das crianças da cidade. São Luiz de Paraitinga tem ainda o Caiapó, o Moçambique, o Jongo e a Dança do Caranguejo. A Cavalhada do distrito de Catuçaba, uma das únicas do Estado de São Paulo e uma das mais importantes do país, também faz parte da Festa do Divino Espírito Santo e é marcada pela farta distribuição do afogado, uma típica comida da região.


O Carnaval começaria em janeiro, com o Festival de Marchinhas, cuja realização estava prevista para os dias 23, 24 e 31, mas os eventos devem ser cancelados. O Festival tem como objetivo o fomento à cultura musical da cidade e a valorização das marchinhas, que são protegidas por lei municipal. As cerca de 1.500 marchinhas já compostas pelos luizenses têm uma linguagem própria, desenvolvendo uma musicalidade original, valorizando, sobremaneira, os músicos locais, herdeiros de Elpídio dos Santos. Durante o Carnaval, blocos e cordões de foliões percorrem as ruas históricas da cidade ao som dessas criações poéticas e musicais locais.

Com a destruição da Igreja Matriz São Luiz de Tolosa e a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, as festas religiosas ficaram sem os seus palcos principais para acontecerem. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) não faz previsões sobre o tempo necessário para a recuperação da cidade, uma vez que este depende de diversos estudos que ainda não começaram.


DOAÇÕES

A prefeitura de São Luís do Paraitinga abriu conta para receber doações. O número é 12-2, Caixa Econômica Federal, Agência Mazzaropi 2898, operação tipo 006. O CNPJ da prefeitura para transferências via internet é 46.631.248-0001/51.

Outras informações sobre ajuda humanitária podem ser encontradas no blog http://www.sosparaitinga.blogspot.com/
(Comunicação/SID)

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quinta-feira, janeiro 07, 2010

Encontro dos Povos Guarani da América do Sul


Representantes do MinC se reúnem em Diamante D’Oeste/PR para discutir os últimos detalhes do Encontro

Será realizada, nos dias 13 e 14 de janeiro de 2010, a 2ª Reunião da Comissão Organizadora do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul na aldeia de Tekoha Añetete, município de Diamante D’ Oeste, Paraná. A Comissão é composta por representantes da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), por 15 lideranças Guarani do Brasil e do Paraguai e pelo antropólogo Rubem Almeida, coordenador do projeto, além de representantes da Itaipu Binacional, do Ministério da Cultura do Paraguai, da Prefeitura de Diamante D’Oeste e do Instituto Empreender, responsável pela produção executiva.

Os principais objetivos dessa 2ª reunião são os de definir os temas que serão discutidos durante o Encontro, a composição das delegações e os últimos detalhes logísticos, como os horários do transporte, a hospedagem e alimentação. Nessa reunião, que será a última da Comissão Organizadora antes do Encontro, em fevereiro, serão definidos ainda os espaços da aldeia para a montagem das estruturas de tendas e refeitório.

O Encontro dos Povos Guarani da América do Sul acontecerá entres os dias 02 e 05 de fevereiro, também na aldeia Tekoha Añetete, e contará com a participação de cerca de 800 indígenas Guarani do Brasil, da Bolívia, do Paraguai e da Argentina. O dia 02 será destinado à recepção das delegações. Os dias 03 e 04 serão destinados para reuniões exclusivas dos Guarani. No dia 05, último dia do Encontro, haverá reunião dos Guarani com os Ministros de Cultura dos países participantes e convidados.

O objetivo do Encontro é fomentar uma nova perspectiva cultural que fortaleça a relação entre esses povos e reduza a distância existente entre essas populações e os não-índios. O evento pretende, também, contribuir para a reflexão da importância dos povos Guarani para a formação da cultura sul americana.

O Encontro conta com a parceria da Itaipu Binacional, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), das Prefeituras de Diamante D’Oeste e Foz do Iguaçu, das Secretarias de Educação e de Cultura do Paraná e da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Além delas, o projeto ganhou o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Mercosul Cultural - Fórum dos Ministros de Cultura dos países do Mercosul.

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sexta-feira, janeiro 01, 2010

TICO DA COSTA - minha homenagem a um velho amigo de Roma, que já não está mais conosco – e um Feliz Ano Novo a todos!



01 Sal Demais
02 Paixão Neon
03 Puxa Vida
04 O Endereço
05 Vou na Onda do Mar
06 Ana Bandolim
07 Maria dos Navegantes
08 Pés no Chão
09 Ridinha
10 As Vezes Choro
11 Lua Castelhana
12 Pedras do Caminho

Tico da Costa, falecido recentemente (29/08/09), foi compositor e violonista: uma expressão genuína que abrange o bucólico dos
ritmos nordestinos, a picardia do chorinho e a sofisticação da bossa. Nasceu em Areia Branca, litoral do Rio Grande do Norte. Saiu de lá e foi iniciar suas primeiras notas musicais na Escola de Música de Natal. Continuou seus estudos em Recife e em seguida foi pra Roma. Viveu oito anos fazendo tournées pela Itália, Suíça, Áustria, Alemanha, Holanda e França. Gravou cinco discos na Itália, fez trilha sonora de filmes (trabalhou com Lina Wertmuller). Nos Estados Unidos realizou vários espetáculos num longo circuito universitário. Em Natal, Recife e Roma estudou música, e na universidade, Letras. Ele fala com graça do cotidiano nas suas canções. Possui um estilo inconfundível. Entrelaçando harmonia, arpejos, criando um dinamismo polirrítmico que fascina público, músicos e críticos pela sua exuberância: seja como solista voz-violão, seja acompanhado de suas bandas no Brasil, Itália e Estados Unidos.
Conheci Tico da Costa em Roma, em 1980, nos quase 5 meses em que morei lá. Tico dava aulas de violão na Embaixada do Brasil na Piazza Navona, onde eu comecei a ensinar também. Tocamos juntos nas horas vagas e mostramos um pouco da nossa música, um ao outro. Os ventos me levaram para Sydney e nunca mais nos vimos. Tico, meu velho, você se foi muito cedo. Mas sei que você está na maior festança lá no céu - com a galera todinha. Forte abraço! E dê uma força pra gente aqui embaixo, vez em quando.

Clique abaixo para download:
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quinta-feira, dezembro 17, 2009

Dia Nacional do Bumba Meu Boi


Ótima notícia enviada pelo meu grande amigo Justo Diaz (obrigado, Justo!).

Lei institui o dia 30 de junho como o Dia Nacional do Bumba Meu Boi

Os praticantes e apreciadores da festa popular do Bumba Meu Boi têm agora mais um motivo para comemorar. O Governo Federal instituiu o dia 30 de junho como o Dia Nacional do Bumba Meu Boi por meio da Lei nº 12.103 de 1º de dezembro de 2009 , publicada no dia 02 de dezembro de 2009, no Diário Oficial da União. A Lei foi criada tendo como base o Projeto de Lei nº 133/2009 da Câmara Legislativa, de autoria do deputado federal Carlos Brandão (PSDB/MA).

O projeto recebeu parecer favorável do Ministério da Cultura, que considera a festa do Bumba Meu Boi uma importante manifestação da cultura popular, uma das mais difundidas variações dos vários folguedos de boi existentes no país. O parecer técnico destaca os inúmeros grupos culturais, e a enorme diversidade de estilos, ’sotaques’, sons e ritmos que constituem essa manifestação.

O Ministério da Cultura destaca ainda que a instituição de uma data comemorativa dessa relevante manifestação cultural certamente contribuirá para o reconhecimento e fortalecimento das culturas populares e da diversidade cultural brasileira, em congruência com as diretrizes da política cultural e com a Convenção da UNESCO sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão se encontra, atualmente, em processo de registro como patrimônio cultural imaterial brasileiro.

Folguedos de boi pelo Brasil

Os Folguedos de boi se difundiram pelo Brasil, com amplo leque de variações. Sua inserção no calendário festivo é variada. Conforme a região e a modalidade do boi, o folguedo insere-se no ciclo natalino, junino ou mesmo carnavalesco, composto de dança, drama e música desenvolvidos em torno do artefato que representa o boi. Na ampla variedade de suas encenações, o tema da morte e ressurreição do boi emerge seja diretamente, seja de forma alusiva. Em torno desse episódio dramático, agregam-se variados personagens. Há bois que não revivem e cujos corpos são simbolicamente partilhados, e há casos em que ele não morre, simplesmente ‘foge’, desaparecendo no fim da festa para retornar no ano seguinte.

Os festejos de Boi acontecem anualmente, em vários estados brasileiros e em cada um recebe um nome, ritmos, formas de apresentação, indumentárias, personagens, instrumentos, adereços e temas diferentes. Dessa forma, enquanto no Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado Bumba Meu Boi, no Pará e Amazonas é Boi Bumbá ou Pavulagem; no Pernambuco é Boi Calemba ou Bumbá; no Ceará é Boi de Reis, Boi Surubim e Boi Zumbi; na Bahia é Boi Janeiro, Boi Estrela do Mar, Dromedário e Mulinha de Ouro; no Paraná e em Santa Catarina, é Boi de Mourão ou Boi de Mamão; em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Cabo Frio e Macaé é Bumba ou Folguedo do Boi; no Espírito Santo é Boi de Reis; no Rio Grande do Sul é Bumba, Boizinho, ou Boi Mamão; e em São Paulo é Boi de Jacá e Dança do Boi.

O folguedo do Bumba Meu Boi acontece no Maranhão e em outras localidades nordestinas. No Maranhão, onde o folguedo permanece excepcionalmente amplo e vivaz, os numerosos e diferentes grupos distinguem-se por um conjunto de características que configuram “sotaques” próprios, segundo a denominação nativa. Reconhecem-se na atualidade, entre outros, os “sotaques” de zabumba, matraca, orquestra, pindaré, e costa de mão. Muitos grupos realizam apresentações ao longo de todo o ano, e a apresentação tradicional junina está inserida na vida de inúmeras comunidades e também no calendário turístico oficial do Maranhão.

Mais informações sobre os festejos de boi no Maranhão e no Brasil podem ser obtidas pelo link:
Tesauro do Folclore e da Cultura Popular: www.cnfcp.gov.br/tesauro/00002040.htm
Boletins da Comissão Maranhense de Folclore: cmfolclore.sites.uol.com.br/
Foto:
Boi Bumbá Fé em Deus - Maranhão
(Heli Espíndola - Comunicação/SID)

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