E quem quiser contribuir, mandando inclusive textos, é só me contactar. Comentários, é claro, serão bem-vindos - quem quiser polemizar, discutir, brigar, também pode: só não prometo continuar no tema, pois o tempo nem sempre existe, nem tudo vale a pena mergulhar fundo e os assuntos são muitos.

Ah! Para quem não me conhece, posso me definir como um ATIVISTA CULTURAL BRASILEIRO – adotando definição dada pela jornalista Beatriz Wagner (obrigado, Bea!) durante o Brazil Film Festival de Sydney, em outubro de 2009. Sou de São Paulo, capital, mas moro em Sydney, Austrália desde o final de 1980. Além de ser ou gostar de ser um ativista cultural, ou como parte disso, faço música, cinema, escrevo, trabalho como guia de turismo multilíngüe (em português, inglês, espanhol e italiano) viajando por toda a Austrália, faço traduções, dou aulas de violão, português e inglês, entre outras coisas – e sou formado em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie (SP) sem ter exercido a profissão.

domingo, setembro 19, 2010

"Cinco vezes favela, agora por nós mesmos" - cinema brasileiro com olhar lírico e engajado


Foto de divulgação


Por Ramon Mello



Cinco vezes favela – Agora por nós mesmos
reúne em cinco episódios, histórias concebidas e realizadas por jovens cineastas, moradores de favelas cariocas. O longa-metragem tem como referência o Cinco vezes favela de 1962, em que cinco jovens universitários de classe média – Miguel Borges, Joaquim Pedro de Andrade, Marcos Farias, Leon Hirszman e Cacá Diegues – fizeram um filme em que o tema central era as favelas do Rio. O filme, que entra em cartaz nesta sexta, 26 de agosto, foi produzido por Diegues e Renata Almeida Magalhães.

Desta vez, as 946 comunidades do Rio de Janeiro estão representadas através do olhar dos próprios moradores da comunidade, com Manaíra Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos e Luciana Bezerra. Os jovens cineastas escolhidos começaram a trabalhar em organizações culturais como Cufa (Cidade de Deus), Nós do Morro (Vidigal), AfroReggae (Parada de Lucas) e Observatório das Favelas (Complexo da Maré).

Há quatro anos, mais de 200 jovens participaram de oficinas de preparação técnica, com professores como Fernando Meirelles, Ruy Guerra, Walter Salles, Dib Lutfi, Daniel Filho, entre outros cineastas consagrados, e começaram a escrever argumentos e a desenvolver coletivamente os roteiros – 84 jovens foram selecionados para trabalhar nas gravações. A aula inaugural foi com o mestre, diretor e acadêmico Nelson Pereira dos Santos. E o elenco foi preparado pela também atriz Camilla Amado.



> Leia entrevista com Cacá Diegues sobre o projeto

> Confira entrevista com Fernando Meirelles, que participou das oficinas com os jovens



Lirismo em episódios

Cinco vezes favela – Agora por nós mesmos, que ganhou sete prêmios no Festival de Paulínia de 2010, incluindo o de Melhor Filme para o júri oficial e para o júri popular, tem diferentes histórias que dialogam mais com a comédia do que com o drama. Talvez por isso, a sensação “happy end” incomode os espectadores. O lirismo está presente até mesmo em episódios com desfecho triste.

O primeiro deles, “Fonte de renda”, de Manaíra Carneiro, faz uma crônica da vida de um jovem universitário, Maicon (Silvio Guindane), morador de comunidade, que consegue ingressar na faculdade, mas tem dificuldades para manter os estudos. O ator sustenta o personagem com veracidade, mas o roteiro direciona para um desfecho moral e clichê.

“Arroz com feijão”, de Rodrigo Felha e Cacau Amaral, aborda o drama e a aventura do menino Wesley (Juan Paiva) e seu melhor amigo, Orelha (Pablo Vinicius) para presentear o pai (Flávio Bauraqui) com uma refeição diferente do arroz e feijão de todo dia. Os atores e o roteiro são excelentes. No entanto, há momentos desnecessários, como a explicação do pai para o fato de não conseguir comer frango, que beiram ao melodrama.

“Concerto para violino”, de Luciano Vidigal, é o episódio que mais se aproxima da estética “pobreza & violência”, excessivamente utilizada em filmes como Cidade de Deus e Tropa de elite. No entanto, trata-se da história mais bem executada, com atuações impecáveis de Samuel de Assis (o PM Ademir), Feijão (o chefe do tráfico, Tiziu), e Thiago Martins (Jota, rival de Tiziu).

"Deixa voar" (foto acima), de Cadu Barcellos, é o mais criativo e lírico, onde o território demarcado por facções rivais do tráfico de drogas é o que estabelece o limite das relações sociais. Com um roteiro bem construído, o espectador acompanha a história dos meninos que soltam suas pipas na laje dos casebres para romper com o cerceamento da liberdade.

“Acende a luz”, de Luciana Bezerra, o último episódio do filme, retrata um conto baseado em experiência dos moradores, quando ficaram sem luz na véspera do Natal de 2008. O ator Marcio Vitto, que interpreta o técnico de luz encarregado de resolver o problema da comunidade, faz seu trabalho com maestria. Com típicos personagens da classe média, a história pode confundir-se com um trecho de uma novela das oito. A narrativa final destaca o espírito coletivo da comunidade, que norteia o projeto em si.

Com erros ou acertos, o fato é que este projeto permite que os moradores de comunidades, cineastas, contem suas próprias histórias. Seja pela busca de linguagem ou pela necessidade de retratar a realidade através de um olhar único, o filme Cinco vezes favela – Agora por nós mesmos é imprescindível para quem se interessa pelo cinema brasileiro.

Assista o trailer:

sábado, setembro 18, 2010

Corinthians inaugura novo CT

O Corinthians inaugurou nesta sexta-feira o Centro de Treinamento Joaquim Grava, onde a equipe profissional de futebol passará a se preparar. Localizado no Parque Ecológico do Tietê, o local custou mais de R$ 10 milhões para ser reformado e seu nome homenageia o médico do clube que comandou as obras.


Ronaldo e Dentinho inauguraram o local e deixaram o médico Joaquim Grava emocionado


O CT do Corinthians já conta com campos, piscina, sauna, hidromassagem, salas de reuniões, de fisioterapia, capela e espaço para imprensa, mas ainda não está completo. Resta erguer um hotel, onde os jogadores ficarão concentrados.

Veja abaixo um pouco da "cidade do Corinthians", como o presidente Andrés Sanchez definiu.


O Centro de Preparação e Reabilitação Osmar de Oliveira (CePROO) foi ampliado no novo CT


Um painel do time campeão mundial em 2000 decora a entrada do centro de treinamento


O departamento médico do Corinthians vai utilizar esta sala para recuperar os lesionados


Ronaldo já estreou a sala de musculação, onde há um pôster com a imagem do astro


Após os jogos, o elenco do Corinthians utilizará a hidromassagem para se regenerar


A sala de imprensa do Parque Ecológico do Tietê é capaz de comportar centenas de jornalistas


Há muitos detalhes em roxo no CT, mas o alvinegro foi preservado nos ladrilhos da piscina

segunda-feira, setembro 06, 2010

quarta-feira, julho 28, 2010

Mano Menezes inicia revolução na seleção brasileira




O técnico Mano Menezes iniciou o seu trabalho na seleção brasileira com uma verdadeira revolução. São inúmeras as novidades na primeira relação de convocados do ex-corintiano, para o amistoso contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto, em Nova Jersey.

Dos jogadores que disputaram a última Copa do Mundo sob o comando de Dunga, apenas Daniel Alves, Thiago Silva, Ramires e Robinho foram chamados. Como queria o presidente Ricardo Teixeira, que apresentou Mano como novo técnico do Brasil nesta segunda-feira, os jovens foram priorizados.

No gol, o renomado Júlio César perdeu espaço para Victor, do Grêmio, e para surpresas como Jefferson, do Botafogo, e Renan, do Avaí. O novato Rafael, do Manchester United, é a inovação na lateral direita. Cotados para jogar o Mundial da África do Sul, André Santos e Marcelo compõem o lado esquerdo.

No meio-campo, figuram dois jogadores que correm o risco de dispensa: Hernanes e Sandro disputam a reta final da Copa Libertadores da América por São Paulo e Internacional, respectivamente, e podem deixar o grupo da seleção brasileira. Já Jucilei, muitas vezes reserva de Elias, foi o único corintiano convocado por Mano.

O setor de armação conta com apenas três atletas: Carlos Eduardo, do Hoffenheim, Ederson, do Lyon, e Paulo Henrique Ganso, do Santos. O santista terá a companhia de companheiros de time: André, Robinho e Neymar. Alexandre Pato e Diego Tardelli são os únicos atacantes que não defendem o clube da Vila Belmiro presentes na lista.

Antes de divulgar a relação, Mano Menezes recebeu das mãos de Ricardo Teixeira o agasalho verde do Brasil e posou para fotos. "Agradeço pela confiança. Sei que passo a ocupar um dos cargos mais importantes do país. Vou me pautar como sempre: com lealdade, transparência e honestidade para com o torcedor brasileiro", discursou.

Mano ainda prometeu resgatar a magia do futebol brasileiro. "Quero uma seleção que represente todos os nossos sonhos e desejos no futebol dentro de campo. Não faltará disposição por parte dessa nova equipe", assegurou.

Confira os primeiros convocados de Mano Menezes:

Goleiros
Jefferson (Botafogo)
Renan (Avaí)
Victor (Grêmio)

Laterais direitos
Daniel Alves (Barcelona-ESP)
Rafael (Manchester United-ING)

Laterais esquerdos
André Santos (Fenerbahce-TUR)
Marcelo (Real Madrid-ESP)

Zagueiros
David Luiz (Benfica-POR)
Henrique (Racing Santander-ESP)
Réver (Atlético-MG)
Thiago Silva (Milan-ITA)

Volantes
Hernanes (São Paulo)
Jucilei (Corinthians)
Lucas (Liverpool-ING)
Ramires (Benfica-POR)
Sandro (Internacional)

Meias
Carlos Eduardo (Hoffenheim-ALE)
Ederson (Lyon-FRA)
Paulo Henrique Ganso (Santos)

Atacantes
Alexandre Pato (Milan-ITA)
André (Santos)
Diego Tardelli (Atlético-MG)
Neymar (Santos)
Robinho (Santos)