E quem quiser contribuir, mandando inclusive textos, é só me contactar. Comentários, é claro, serão bem-vindos - quem quiser polemizar, discutir, brigar, também pode: só não prometo continuar no tema, pois o tempo nem sempre existe, nem tudo vale a pena mergulhar fundo e os assuntos são muitos.

Ah! Para quem não me conhece, posso me definir como um ATIVISTA CULTURAL BRASILEIRO – adotando definição dada pela jornalista Beatriz Wagner (obrigado, Bea!) durante o Brazil Film Festival de Sydney, em outubro de 2009. Sou de São Paulo, capital, mas moro em Sydney, Austrália desde o final de 1980. Além de ser ou gostar de ser um ativista cultural, ou como parte disso, faço música, cinema, escrevo, trabalho como guia de turismo multilíngüe (em português, inglês, espanhol e italiano) viajando por toda a Austrália, faço traduções, dou aulas de violão, português e inglês, entre outras coisas – e sou formado em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie (SP) sem ter exercido a profissão.

sábado, outubro 06, 2012

Djavan - Ares Sutis, do novo CD "Rua dos Amores" & mais outras 8 faixas

Flamenco - linda canção: Montse Cortés & Djavan - La Noche

Djavan: violão Marcos Suzano: percussão André Vasconcellos: baixo acústico Torcuato Mariano: violão acústico/elétrico

DJAVAN - extraido do DVD "Ária ao Vivo"

Djavan: guitarra Marcos Suzano: percussão André Vasconcellos: baixo acústico Torcuato Mariano: violão

quarta-feira, agosto 22, 2012

terça-feira, julho 17, 2012

PASSIONE - Junio Barreto

Passione, um clipe cheio de drama e paixão, do álbum Setembro, do pernambucano Junio Barreto. O vídeo, dirigido por Lirio Ferreira e Alexandre Stockler, conta com participações maravilhosas de Mariana Ximenes, do José Celso Martinez Correia, do Mombojó, do jornalista Xico Sá, do Zé das Medalhas e Monsieur Plas (figura conhecida na região da Rua Augusta, em São Paulo).

domingo, junho 10, 2012

O QUERERES (Caetano Veloso) - obra-prima absoluta

O Quereres Caetano Veloso (letra e música de Caetano Veloso) Onde queres revólver, sou coqueiro E onde queres dinheiro, sou paixão Onde queres descanso, sou desejo E onde sou só desejo, queres não E onde não queres nada, nada falta E onde voas bem alto, eu sou o chão E onde pisas o chão, minha alma salta E ganha liberdade na amplidão Onde queres família, sou maluco E onde queres romântico, burguês Onde queres Leblon, sou Pernambuco E onde queres eunuco, garanhão Onde queres o sim e o não, talvez E onde vês, eu não vislumbro razão Onde queres o lobo, eu sou o irmão E onde queres cowboy, eu sou chinês Ah! Bruta flor do querer Ah! Bruta flor, bruta flor Onde queres o ato, eu sou o espírito E onde queres ternura, eu sou tesão Onde queres o livre, decassílabo E onde buscas o anjo, sou mulher Onde queres prazer, sou o que dói E onde queres tortura, mansidão Onde queres um lar, revolução E onde queres bandido, sou herói Eu queria querer-te amar o amor Construir-nos dulcíssima prisão Encontrar a mais justa adequação Tudo métrica e rima e nunca dor Mas a vida é real e de viés E vê só que cilada o amor me armou Eu te quero (e não queres) como sou Não te quero (e não queres) como és Ah! Bruta flor do querer Ah! Bruta flor, bruta flor Onde queres comício, flipper-vídeo E onde queres romance, rock'n'roll Onde queres a lua, eu sou o sol E onde a pura natura, o inseticídio Onde queres mistério, eu sou a luz E onde queres um canto, o mundo inteiro Onde queres quaresma, fevereiro E onde queres coqueiro, eu sou obus O quereres e o estares sempre a fim Do que em mim é de mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assim Infinitivamente impessoal E eu querendo querer-te sem ter fim E, querendo-te, aprender o total Do querer que há, e do que não há em mim

OS DOCES BÁRBAROS & OUTROS BÁRBAROS

DOCES BÁRBAROS OUTROS BÁRBAROS

domingo, maio 06, 2012

Canções do Exílio -- A Labareda Que Lambeu Tudo (2011) - documentário de Geneton Moraes Neto.

Canções do Exílio : a Labareda que Lambeu Tudo" reúne depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé sobre um período conturbado da vida brasileira : a onda de prisões que se seguiu à decretação do Ato Institucional Número-5, em dezembro de 1968. Presos em São Paulo e transferidos para o Rio,onde passaram por três quartéis, Caetano Veloso e Gilberto Gil terminaram deixando o Brasil e seguindo para o exílio em Londres. Os depoimentos revelam episódios desconhecidos do público, como, por exemplo, o show que Gilberto Gil, preso, fez para a tropa, no quartel,a pedido do comandante. Caetano Veloso descreve,com detalhes, os diálogos que teve com o cineasta Glauber Rocha, no exílio, sobre o papel dos militares na vida política brasileira. Um dos destaques de Canções do Exílio é uma participação especial de Paulo César Peréio, um dos nomes mais marcantes do cinema brasileiro nas últimas décadas.

THAIS GULIN - você conhece?

Os dois CDs de Thais Gulin são ótimos. O segundo é melhor ainda. A primeira canção, que dá nome ao CD, "ˆôÔÔôôÔôÔ", é uma maravilha absoluta - uma das grandes músicas do cancioneiro brasileiro de todos os tempos: um clássico. Exagêro? Pois então escute (ABAIXO) com atenção e depois a gente conversa...

terça-feira, abril 17, 2012

A ARTE DE ITAMAR ASSUMPÇÃO

Em 1977, participei com composições minhas de uma Mostra de Música Universitária em SP, junto com alguns nomes que posteriormente se destacaram, como Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé e Tetê Espíndola. Também estive com Itamar algumas vezes depois disso. Ele era 4 anos mais velho do que eu. Me tratava como a um irmãozinho mais moço. Lembro-me de conversas sobre música, do seu jeito ainda tímido, mas também lembro que conversamos sobre uma linda moça que conhecíamos, da qual ele também gostava, mas que estava ligada a um outro rapaz. Fiquei triste quando ele me contou sobre o outro rapaz, porque começava a gostar bastante dessa moça - e lembro que Itamar foi carinhoso comigo naquelas conversas. Mudei-me para a Itália e depois Austrália em 1980. Nunca mais o vi. Mas tenho muitos de seus CDs, talvez todos. Aquele Itamar depois desabrochou e botou pra quebrar. Sinto saudades e gostaria de ter voltado a vê-lo pessoalmente. Este documentário dá uma idéia de sua intensa carreira, tão precocemente interrompida aos 53 anos de idade.










BRAZIL: AN INCONVENIENT HISTORY

Documentário sobre o passado colonial do Brasil, realizado em 2000 por Phil Grabsky, para a BBC/History Channel. Indispensável para quem quer conhecer melhor a nossa história. Duração: 47 minutos.



Documentário sobre a participação dos EUA no golpe militar de 1964 no Brasil

Longa entrevista de GRANDE OTELO, de 1987 - grande, imenso, antológico gênio do cinema brasileiro

GAL COSTA, CHICO BUARQUE E DJAVAN - NUVEM NEGRA

CHICO & CAETANO - só 4 dos 9 programas originais foram reprisados

Sergio Mamberti fala sobre "O Balcão", de Jean Genet, direção de Victor Garcia

domingo, abril 01, 2012

Deborah Colker - uma coreógrafa brasileira dirige "Ovo" do Cirque du Soleil e fala de seu espetáculo "Nó".




Weightless by Erika Janunger - não é brasileiro, então é uma das raras presenças neste blog. Não deixe de ver!!!!

NOVO "MUSEU DA IMAGEM E DO SOM", DE COPACABANA, SERÁ INAUGURADO NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2013




29/03/2012
MIS inaugura sala de visitação dentro do canteiro de obras: espaço é um convite para moradores, turistas e curiosos

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e a Fundação Roberto Marinho inauguraram hoje, dia 29 de março, a sala de visitação da nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS), em Copacabana. No espaço, projetado no canteiro de obras, moradores, turistas e curiosos terão uma amostra de como será o museu, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2013.










Com cerca de 20 metros quadrados, a sala de visitação do MIS funcionará de domingo a domingo, das 10h às 19h. No espaço também será possível apreciar uma maquete física do prédio e acionar uma interativa, que reproduz o conceito central da arquitetura do museu – de boulevard vertical – feito pelo escritório norte-americano Diller Scofidio + Renfro, além de fazer um passeio virtual por seu futuro interior.




"O MIS deixará de ser apenas um centro de documentação para se tornar um museu atraente, que preserva e exibe a memória cultural. Quem não quer conhecer os ídolos de nossa música e da nossa arte com beleza e diversão? Com esse projeto queremos fazer com que o Rio tenha ainda mais orgulho de si mesmo", diz Rosa Maria Araujo, presidente do MIS.

MANACÁ - uma banda que durou pouco, lançou um CD, acabou e faz muita falta



Após ter o contrato com a EMI Music rescindido e voltado a ser independente, o Manacá anunciou seu fim, em junho de 2010. A banca carioca demorou para lançar seu primeiro disco, à espera de Leticia Persiles, que atuava na Globo na minissérie Capitu, em 2008. O CD saiu em 2009.
Bruno Baiano (bateria), Luis Cesar Pintoni (guitarra) e Daniel Wally (baixo) comunicaram seu afastamento da banda na comunidade da banda no orkut. Depois foi a vocalista Letícia Persiles quem oficializou o fim: “Sem qualquer um dos integrantes originais, deixa de ser a mesma banda. Lamento muito por isso. Nós integrantes já não conseguíamos mais entrar em acordo quanto ao caminho a seguir por vários motivos: opiniões divergente, objetivos diferentes, enfim, é chato".



Pintoni disse na época que pretende fazer outra banda: “Nós três na verdade, vamos ver, ainda está muito recente. Ficamos muito chateados com o que aconteceu. Precisamos de um tempo para pôr a cabeça no lugar".
Hoje, começo de abril de 2012, ainda não se sabe de nova banda ou de qualquer outra novidade.
Letícia segue sua carreira de atriz, atuando agora na novela "Amor Eterno Amor" da TV Globo.
Grande perda para a música brasileira.



Desde o nascimento, o Manacá teve uma carreira surpreendente, que incluiu a gravação do álbum com o mega produtor Mário Caldatto Jr, a abertura de um show no Beirut em São Paulo e ainda a participação de Letícia na mini-série global Capitu, interpretando a personagem principal e trazendo diversas canções da banda para a trilha sonora da série.

Para quem não conhece o único CD da banda, aqui está um link do rapidshare, disponibilizado pelo UQT:
https://rapidshare.com/#!download|89p8|349920525|_UQT2009_Manaca.rar|71724


Militares pró-64 intensificam ofensiva ideológica iniciada no governo Lula




Por: Maurício Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual
Publicado em 30/03/2012, 14:40


Rio de Janeiro – A queda de braço ideológica que os setores mais conservadores das Forças Armadas tentam travar com o governo desde o anúncio da criação da Comissão da Verdade teve seu ápice na quinta-feira (29), quando o Clube Militar organizou no Rio de Janeiro a celebração “1964 – A Verdade” pelos 48 anos do golpe militar. Com a presença de 300 pessoas – oficiais da reserva e seus familiares eram maioria –, um debate reuniu alguns dos maiores críticos à criação da comissão, como o jornalista Aristóteles Drummond, o médico e escritor Heitor de Paola e o general Luiz Eduardo Rocha Paiva, que ganhou notoriedade ao sugerir que a presidente Dilma Rousseff também fosse convocada para depor sobre seus atos de resistência à ditadura militar.

A presença – na calçada em frente ao Clube Militar, na região central do Rio – de cerca de 300 manifestantes contrários às celebrações pelo aniversário do golpe tornou ainda maior o clima de beligerância com os militares que chegavam para o evento. Na porta, indagado de longe – a entrada dos jornalistas não foi permitida – se mantinha sua posição quanto à convocação de Dilma, o general Rocha Paiva afirmou achar “justo que todos devam ser expostos à nação”. No debate, o general criticou o governo federal: “Querem criar essa Comissão da Verdade 30 anos após os fatos. Isso porque hoje temos ex-militantes da luta armada ocupando posições importantes no cenário político nacional e internacional”, disse.

Também em comemoração ao aniversário do que chamam de “revolução democrática de 31 de março de 1964”, dez coronéis paraquedistas programaram para amanhã (31) um salto coletivo sobre a praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo os organizadores, uma grande bandeira do Brasil será pendurada no avião que levará os paraquedistas. Após o salto, todos deverão cantar os hinos nacional e dos paraquedistas, antes de gritar o lema “Brasil acima de tudo”. Segundo o coronel Luiz Oliveira, que assina a convocatória para o salto coletivo, cada saltador também carregará consigo uma bandeira do Brasil.

A ofensiva ideológica dos militares se intensificou desde que o governo anunciou a criação da Comissão da Verdade, mas as crises – maiores ou menores – com os setores que defendem a ditadura acontecem desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro ministro da Defesa de Lula, José Viegas pediu demissão em outubro de 2004 por se sentir enfraquecido após tentar abrir investigação sobre os assassinatos do Araguaia e o então comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, ter divulgado uma nota que, em alguns trechos, chegava a justificar a prática da tortura como forma de luta contra os opositores do regime militar.

Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, os setores da reserva, sempre utilizando o Clube Militar como trincheira ideológica, fizeram oposição sistemática aos trabalhos da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos. Em 2001, a pressão dos militares sobre FHC cresceu com a criação da Comissão de Anistia.

No governo Lula, após a saída de Viegas, o Ministério da Defesa ficou diretamente ligado ao Palácio do Planalto, com a nomeação do vice-presidente José Alencar como ministro. A mudança aplacou os ânimos entre os militares pró-64, mas estes voltaram a se manifestar quando Lula nomeou Waldir Pires para o cargo. O ex-governador da Bahia teve de enfrentar a dura oposição até mesmo dos três ministros militares por causa da divergência de opiniões quanto à negociação com os controladores de voo (todos militares da Aeronáutica) nos dias que sucederam o acidente com o avião A-320 da TAM, derrubado por um jato Legacy de uso particular em 2007. O ministro não resistiu à pressão e caiu.

Ao convocar Nelson Jobim, figura próxima aos militares, para o lugar de Waldir Pires, Lula conquistou alguma serenidade com os oficiais da reserva. Ministro que ficou mais tempo no cargo (quatro anos), Jobim ainda assim teve de conviver com algumas saias-justas. O caso mais notório aconteceu quando o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira – ex-comandante das tropas brasileiras no Haiti e então comandante militar da Amazônia – concedeu entrevistas fazendo pesadas críticas à política indigenista do governo, assim como à ocupação das fronteiras ao Norte. O caso se resolveu com a exoneração do general, em um raro caso de punição direta após um confronto verbal. Atualmente, Heleno é comentarista de segurança pública da Rede Bandeirantes.

Atritos com governo Dilma
A chegada à Presidência da República de uma ex-combatente contra a ditadura, Dilma Rousseff, voltou a agitar o Clube Militar. Os temores dos oficiais da reserva quanto ao atual governo se confirmaram com o início da discussão sobre a criação da Comissão da Verdade, e os ânimos teriam novamente se acirrado com a substituição de Jobim por Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e figura sabidamente de esquerda.

A primeira crise com Amorim surgiu quando os presidentes dos clubes Militar (general Renato César Tibau da Costa), Naval (almirante Ricardo Antônio da Veiga Cabral) e da Aeronáutica (tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista) divulgaram um manifesto no qual criticavam a Comissão da Verdade e acusavam o PT e as ministras Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Secretaria das Mulheres) de pregar o desrespeito à Lei de Anistia.

A busca pelo confronto ideológico fica clara: “O Partido dos Trabalhadores, ao qual a presidente pertence, diz que estará empenhado junto com a sociedade no resgate de nossa memória da luta pela democracia durante o período da ditadura militar. Pode-se afirmar que a assertiva é uma falácia, posto que, quando de sua criação, o governo já promovera a abertura política, incluindo a possibilidade de fundação de outros partidos políticos, encerrando o bipartidarismo”, diz o manifesto, cobrando ainda de Dilma que seja “presidente de todos os brasileiros, e não de minorias sectárias ou de partidos políticos”.

A reação do governo foi imediata, e o ministro Amorim determinou que os autores do manifesto fossem punidos. Isso desencadeou uma reação ainda mais veemente dos militares e o lançamento de um segundo manifesto, em tom mais agressivo, com o sugestivo título “Eles que venham. Por aqui não passarão!” e que questiona a autoridade do ministro da Defesa. Mesmo tendo sua retirada do site do Clube Militar determinada pelo governo, esse segundo manifesto circulou pela internet e ganhou força, com milhares de assinaturas de militares e civis.

O clima de provocação com o governo aumentou com a realização do ato de ontem, já que a presidente Dilma havia determinado aos ministros militares que não mais ocorressem no país celebrações festivas do golpe de 1964. Em contrapartida, outros setores da sociedade civil também se movimentam: o Ministério Público Federal anunciou que dará entrada em ações criminais contra militares pelo desaparecimento de dezenas de pessoas durante a ditadura e a Organização dos Estados Americanos (OEA) abriu investigação para saber se houve negligência do Estado brasileiro na punição pelo assassinato do jornalista Wladimir Herzog em 1975, durante o regime militar.

Verdades e mentiras
Ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos e ex-integrante da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, Nilmário Miranda lembra que a Comissão da Verdade “foi aprovada com esmagadora maioria no Congresso” e critica os autores dos manifestos contra o governo: “A maioria dos que assinam os manifestos são reformados e participaram da ditadura. Vale lembrar que as Forças Armadas chegaram a ter 23% do orçamento do país! O que implicava desviar recursos da saúde, da educação e da ciência e tecnologia. Centenas deles ocupavam direções de estatais desnecessárias e não tinham que prestar contas a ninguém. A situação hoje é diferente, pois a maioria dos militares tem formação democrática”, escreveu o ex-ministro em seu blog.

Em artigo publicado no jornal O Globo, o jornalista Cid Benjamin – perseguido, preso e torturado pela ditadura – lembra que o projeto aprovado da Lei da Anistia (em 1979) não contava com o apoio da oposição democrática reunida no MDB nem de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Por isso, diz, é mentirosa a iniciativa que quer passar à opinião pública a versão de que a aprovação da lei foi um grande momento de entendimento nacional: “Esquecer isso é tão absurdo como reescrever a história de forma mentirosa e afirmar hoje que a consigna ‘ampla, geral e irrestrita’ tinha como objetivo proteger torturadores e assassinos”.

HELENO - novo filme de José Henrique Fonseca



Heleno, cinebiografia do jogador Heleno de Freitas com lançamento no dia 30 de março.

Assista a um featurette do filme em que o elenco e a equipe falam sobre os personagens do filme.

Assista a um featurette do novo filme de Cao Hamburger, XINGU:



No vídeo elenco e equipe falam sobre a criação do projeto e o processo de filmagens.

O filme escrito por Hamburger e Elena Soares, narra a saga dos irmãos, idealizadores da reserva do Parque Indígena do Xingu, primeira terra indígena homologada pelo governo federal em 1961. João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat interpretam, respectivamente, os irmãos Claudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas.

O longa conta com a participação de cerca de 250 índios, selecionados no próprio Parque do Xingu. A produção da O2 tem lançamento em 6 de abril. Antes disso, participou do Festival de Berlim, em fevereiro.

Xingu conta a incrível história dos irmãos Villas Bôas e a aventura da criação do primeiro parque indígena de grandes proporções no Brasil.



Uma parte esquecida e dramática da nossa história que permanece atual e urgente.

Beleza não tem idade - taí mais uma prova: OS CARIOCAS cantam "RIO" de Roberto Menescal & Ronaldo Bôscoli - 1963.

quinta-feira, março 29, 2012

Adeus a Ademilde Fonseca


A cantora Ademilde Fonseca, conhecida como a Rainha do Choro, faleceu em sua residência no Rio de Janeiro na noite de terça-feira (27), aos 91 anos. Ademilde esteve entre as primeiras a cantar no ritmo do choro, ou chorinho, e ainda estava ativa após mais de 70 anos de carreira.

“Ela teve um mal súbito ontem, entre as 23h e 23h30, e faleceu,” disse a neta, Ana Cristina, à reportagem do UOL. “Não estava doente, foi algo completamente inesperado. Ela fez um show recente em Porto Alegre e ontem gravou ontem dois programas. Ainda estamos em choque." A cantora tinha um histórico de doenças cardíacas.

O Brasil ficou mais pobre e mais burro com a morte de Chico Anísio, dias atrás, e Millor Fernandes, poucas horas atrás.



Morreu ontem à noite o artista, humorista, cartunista, dramaturgo, tradutor, escritor e grande, GRANDE brasileiro e carioca, MillIor Fernandes. Algumas de suas frases famosas:
"Não é segredo. Somos feitos de pó, vaidade e muito medo."
"Por mais imbecil que você seja, sempre haverá um imbecil maior para achar que você não o é."
"Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice."
"Paz na terra aos homens de boa vontade. Isto é, paz para muito poucos."
"Quem mata o tempo não é assassino mas sim um suicida."

terça-feira, março 27, 2012

CARLOS MALTA - PIXINGUINHA ALMA E CORPO


Um dos mais lindos CDs de música brasileira de todos os tempos, disco raríssimo e não mais disponível no mercado brasileiro e mundial (só encontrei fora do Brasil, de segunda mão, por preços a partir de US$59-00)
Fica aqui um link que achei através do Rapidshare (basta copiar e colar): https://rapidshare.com/files/639533880/carlos_malta_e_quarteto_de_cordas.rar
para quem não quiser perder esta rara oportunidade de ouvir em MP3 essa verdadeira obra-prima brasileira.
Músicas de Pixinguinha interpretadas pelo multi-instrumentista Carlos Malta - nos instrumentos de sopro - e um quarteto de cordas: Ricardo Amado (primeiro violino), Mariana Salles (segundo violino), Jayro Diniz (viola), Hugo Pilger (violoncelo).
Carlos Malta é um dos maiores músicos do planeta, sem qualquer exagero.
Lançamento do ano 2000.

Aqui vai um texto de Tárik de Souza sobre esta maravilha e também sobre outra obra-prima de Carlos Malta, Pimenta, CD no qual homenageia Elis Regina (recomendo que todos ouçam e comprem tudo de Carlos Malta):

O dínamo multisopros Carlos Malta, felizmente, não pára quieto. Formado na escola hiperativa de Hermeto Pascoal, com quem tocou durante 12 anos, ele gravou em 1998 um disco cujo título define suas habilidades (Escultor do Vento), embarcou no ano seguinte na recuperação da sonoridade do pífano nordestino (o intrigante Carlos Malta e o Pife Muderno) e reaparece agora com dois CDs de uma tacada. Em Pimenta, ele navega através de clássicos marcados a ferro & brasa pela voz da Pimentinha Elis Regina. Já Pixinguinha, Alma e Corpo veste traje de câmara (com quarteto de cordas, dois violinos, viola e cello) na obra do mestre do choro. "Naquele Tempo" ganha um toque à Piazzolla no ostinato do cello de Hugo Pilger. A pouco conhecida "Dininha" leva tempero impressionista de Debussy e Erik Satie. Malta (nos saxes soprano, alto, tenor, flautim, arranjos e regência) valoriza a técnica de contrapontos de Pixinguinha (especialmente em sua fase como sax-tenorista) em faixas como "Proezas de Sólon" e na polirritmia de "Lamentos" (de um 6/8 para um 2/4). Do som de retreta no saltitante "A Vida é um Buraco" aos dribles de sopro de "1 X 0" e um "Carinhoso" com sax destacando-se do bloco de cordas, o disco tem a densidade da obra-prima. Próximo disso, com a tarefa árdua de trabalhar sobre standards muito surrados como Fascinação ou Garota de Ipanema, Malta mostra seu lado mais jazzístico (e condimentado) em Pimenta. Espana a obviedade em arranjos que reconstroem atmosferas de jóias como Cais (pontuada no surdão), Águas de Março (em espaçosos improvisos), Upa Neguinho (flauta percussiva, timbre sujo nas levadas), Nada Será como Antes (bordado de violão de 12 que abre para sax soprano jazzístico) e Ladeira da Preguiça (calcada no contraritmo da bateria em contraste com a dissonância do sax-barítono). Coisa de ourives. (Tárik de Souza)

sábado, março 24, 2012

Luiz Fernando Veríssimo se (e nos) diverte




Eu tomo um remédio para controlar a pressão.
Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.
Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o preção.
Tô sofrendo de preção alto,
O médico mandou cortar o sal.
Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais.
Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério!
Não sei mais o que é real.
Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.
Não tem mais um Real.
Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas:
Sabe aquele carro? Esquece!
Aquela viagem? Esquece!
Tudo o que o barbudo prometeu? Esquece!
Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time:
- nas últimas.
Bem, e o que dizer do carioca? Já nem liga mais pra bala perdida...
Entra por um ouvido e sai pelo outro.

Faz diferença...
"A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa PRAGA no governo"

Luiz Fernando Verissimo


Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio.

terça-feira, março 20, 2012

segunda-feira, março 19, 2012

SAMBANZO - ETIÓPIA ótimo cd instrumental (clique para baixar)



DISPONIBILIZADO GRATUITAMENTE NO BLOG DA BANDA de Thiago França:
http://sambanzo.blogspot.com.au/2012/02/sambanzo-etiopia-2012.html

domingo, março 18, 2012

MESMO SENDO DE 2009, VALE A PENA LER - THE ECONOMIST




Brazil takes off
Now the risk for Latin America’s big success story is hubris
Nov 12th 2009 | from the print edition


WHEN, back in 2001, economists at Goldman Sachs bracketed Brazil with Russia, India and China as the economies that would come to dominate the world, there was much sniping about the B in the BRIC acronym. Brazil? A country with a growth rate as skimpy as its swimsuits, prey to any financial crisis that was around, a place of chronic political instability, whose infinite capacity to squander its obvious potential was as legendary as its talent for football and carnivals, did not seem to belong with those emerging titans.

Now that scepticism looks misplaced. China may be leading the world economy out of recession but Brazil is also on a roll. It did not avoid the downturn, but was among the last in and the first out. Its economy is growing again at an annualised rate of 5%. It should pick up more speed over the next few years as big new deep-sea oilfields come on stream, and as Asian countries still hunger for food and minerals from Brazil’s vast and bountiful land. Forecasts vary, but sometime in the decade after 2014—rather sooner than Goldman Sachs envisaged—Brazil is likely to become the world’s fifth-largest economy, overtaking Britain and France. By 2025 São Paulo will be its fifth-wealthiest city, according to PwC, a consultancy.

And, in some ways, Brazil outclasses the other BRICs. Unlike China, it is a democracy. Unlike India, it has no insurgents, no ethnic and religious conflicts nor hostile neighbours. Unlike Russia, it exports more than oil and arms, and treats foreign investors with respect. Under the presidency of Luiz Inácio Lula da Silva, a former trade-union leader born in poverty, its government has moved to reduce the searing inequalities that have long disfigured it. Indeed, when it comes to smart social policy and boosting consumption at home, the developing world has much more to learn from Brazil than from China. In short, Brazil suddenly seems to have made an entrance onto the world stage. Its arrival was symbolically marked last month by the award of the 2016 Olympics to Rio de Janeiro; two years earlier, Brazil will host football’s World Cup.

In fact, Brazil’s emergence has been steady, not sudden. The first steps were taken in the 1990s when, having exhausted all other options, it settled on a sensible set of economic policies. Inflation was tamed, and spendthrift local and federal governments were required by law to rein in their debts. The Central Bank was granted autonomy, charged with keeping inflation low and ensuring that banks eschew the adventurism that has damaged Britain and America. The economy was thrown open to foreign trade and investment, and many state industries were privatised.

All this helped spawn a troupe of new and ambitious Brazilian multinationals (see our special report). Some are formerly state-owned companies that are flourishing as a result of being allowed to operate at arm’s length from the government. That goes for the national oil company, Petrobras, for Vale, a mining giant, and Embraer, an aircraft-maker. Others are private firms, like Gerdau, a steelmaker, or JBS, soon to be the world’s biggest meat producer. Below them stands a new cohort of nimble entrepreneurs, battle-hardened by that bad old past. Foreign investment is pouring in, attracted by a market boosted by falling poverty and a swelling lower-middle class. The country has established some strong political institutions. A free and vigorous press uncovers corruption—though there is plenty of it, and it mostly goes unpunished.

Just as it would be a mistake to underestimate the new Brazil, so it would be to gloss over its weaknesses. Some of these are depressingly familiar. Government spending is growing faster than the economy as a whole, but both private and public sectors still invest too little, planting a question-mark over those rosy growth forecasts. Too much public money is going on the wrong things. The federal government’s payroll has increased by 13% since September 2008. Social-security and pension spending rose by 7% over the same period although the population is relatively young. Despite recent improvements, education and infrastructure still lag behind China’s or South Korea’s (as a big power cut this week reminded Brazilians). In some parts of Brazil, violent crime is still rampant.

National champions and national handicaps

There are new problems on the horizon, just beyond those oil platforms offshore. The real has gained almost 50% against the dollar since early December. That boosts Brazilians’ living standards by making imports cheaper. But it makes life hard for exporters. The government last month imposed a tax on short-term capital inflows. But that is unlikely to stop the currency’s appreciation, especially once the oil starts pumping.

Lula’s instinctive response to this dilemma is industrial policy. The government will require oil-industry supplies—from pipes to ships—to be produced locally. It is bossing Vale into building a big new steelworks. It is true that public policy helped to create Brazil’s industrial base. But privatisation and openness whipped this into shape. Meanwhile, the government is doing nothing to dismantle many of the obstacles to doing business—notably the baroque rules on everything from paying taxes to employing people. Dilma Rousseff, Lula’s candidate in next October’s presidential election, insists that no reform of the archaic labour law is needed (see article).

And perhaps that is the biggest danger facing Brazil: hubris. Lula is right to say that his country deserves respect, just as he deserves much of the adulation he enjoys. But he has also been a lucky president, reaping the rewards of the commodity boom and operating from the solid platform for growth erected by his predecessor, Fernando Henrique Cardoso. Maintaining Brazil’s improved performance in a world suffering harder times means that Lula’s successor will have to tackle some of the problems that he has felt able to ignore. So the outcome of the election may determine the speed with which Brazil advances in the post-Lula era. Nevertheless, the country’s course seems to be set. Its take-off is all the more admirable because it has been achieved through reform and democratic consensus-building. If only China could say the same.

sexta-feira, março 16, 2012

Pery Ribeiro, o amigo do rei



O amigo do rei (Moacyr Luz & Aldir Blanc)

Meus sonhos sei de cor, neles não sou quem sou
Eu durmo na pior e acordo embaixador
E tenho o que não tenho
E sei o que não sei
O verdadeiro amigo do rei
Dou sorte no cassino, depois eu vou
Dançar um tango argentino com meu novo amor
Fugimos rumo a Roma e num vapor
Eu tenho a cabeça louca, louca
Gosto mesmo é de sonhar
E acho a realidade triste e pouca
Meu trabalho é inventar
Há quem viva sem lembrança
Com dinheiro e segurança
Debochando de quem enlouqueceu
Esse não entende nada, dentro da noite fechada
Não é muito mais feliz que eu

Dou sorte no cassino, depois eu vou
Dançar um tango argentino com meu novo amor
Fugimos rumo a Roma e num vapor
Eu tenho a cabeça louca, louca
Gosto mesmo é de sonhar
E acho a realidade triste e pouca
Meu trabalho é inventar
Há quem viva sem lembrança
Com dinheiro e segurança
Debochando de quem enlouqueceu
Esse não entende nada, dentro da noite fechada
Não é muito mais feliz que eu

Brasil perde grande cantor Pery Ribeiro


Morreu, no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Pery Ribeiro, filho de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira. Pery estava internado com problemas cardíacos. Na manhã da sexta-feira, 24 de fevereiro, teve um infarto.
Para quem era filho de estrelas da música brasileira, cantar era muito familiar. Aos 20 anos, Pery Ribeiro trabalhava como câmera na antiga TV Tupi quando foi convidado para cantar no programa de Paulo Gracindo. Nunca mais parou.
Era o inicio dos anos 60. O Rio de Janeiro cantava o sol, o mar e o amor de um jeito cheio de bossa. Pery Ribeiro ia se tornar uma das vozes da bossa nova. Ele se orgulhava de ter sido o primeiro a gravar Garota de Ipanema.
“Um grande cantor, destes cantores tão grandes que cantavam de um samba-canção, tango, caipira até a bossa nova”, lembra o produtor musical Ricardo Cravo Albin.
Pery foi também o guardião da memória do país. Em 2006, lançou o livro Minhas Duas Estrelas, sobre a vida e os conflitos de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. O livro serviu como base para a minissérie Dalva e Herivelto.
Nos últimos anos, ele retomou as origens e gravou sucessos do pai.

sexta-feira, março 09, 2012

Caetano, Gil & Ivete - Jan 2012

Pare quem não viu, vale a pena - além dos três, temos algumas lindas canções e bonitos arranjos de orquestra.

quarta-feira, março 07, 2012

Para ONGs, governo Dilma é retrocesso ambiental


“Retrocessos do governo Dilma na agenda socioambiental”
Leia a íntegra do manifesto assinado por entidades ambientalistas com críticas à política ambiental do atual governo


“6 DE MARÇO DE 2012

O primeiro ano do governo da Presidente Dilma Rousseff foi marcado pelo maior retrocesso da agenda socioambiental desde o final da ditadura militar, invertendo uma tendência de aprimoramento da agenda de desenvolvimento sustentável que vinha sendo implementado ao longo de todos os governos desde 1988, cujo ápice foi a queda do ritmo de desmatamento na Amazônia no Governo Lula. Os avanços acumulados nas duas últimas décadas permitiram que o Brasil fosse o primeiro país em desenvolvimento a apresentar metas de redução de emissão de carbono e contribuíram decisivamente para nos colocar numa situação de liderança internacional no plano socioambiental.

Ao contrário do anúncio de que a presidente aprofundará as boas políticas sociais do governo anterior, na área socioambiental, contrariando o processo histórico, há uma completa descontinuidade. A flexibilização da legislação, com a negociação para aprovação de um Código Florestal indigno desse nome e a Regulamentação do Artigo 23 da Constituição Federal, através da Lei Complementar 140, recentemente aprovada, são os casos mais graves. A lista de retrocessos inclui ainda a interrupção dos processos de criação de unidades de conservação desde a posse da atual administração, chegando mesmo à inédita redução de várias dessas áreas de preservação na Amazônia através de Medida Provisória, contrariando a legislação em vigor e os compromissos internacionais assumidos pelo país. É também significativo desse descaso o congelamento dos processos de reconhecimento de terras indígenas e quilombolas ao mesmo tempo em que os órgãos públicos aceleram o licenciamento de obras com claros problemas ambientais e sociais.

Esse processo contrasta com compromissos de campanha assumidos de próprio punho pela presidente em 2010, como o de recusar artigos do Código Florestal que implicassem redução de Áreas de Proteção Permanente e Reservas Legais e artigos que resultassem em anistia a desmatadores ilegais. Todos esses pontos foram incluídos na proposta que deve ir a votação no Congresso nos próximos dias, com apoio da base do governo.

Os ataques às conquistas socioambientais abrem espaço para outros projetos de alteração na legislação já em discussão no Congresso. São exemplos a Proposta de Emenda Constitucional que visa dificultar a criação de novas Unidades de Conservação e reconhecimento de Terras Indígenas; o projeto de lei que fragiliza a Lei da Mata Atlântica; os inúmeros projetos para diminuição de unidades de conservação já criadas; a proposta de Decreto Legislativo para permitir o plantio de cana de açúcar na Amazônia e no Pantanal e a discussão de mineração em áreas indígenas.

As organizações da sociedade – que apoiam o desenvolvimento não destrutivo e estão preocupadas com a preservação do equilíbrio socioambiental no país – subscrevem este documento, alertando a opinião pública para o fato de que o Brasil vive um retrocesso sem precedentes na área socioambiental, o que inviabiliza a possibilidade do país continuar avançando na direção do desenvolvimento com sustentabilidade e ameaça seriamente a qualidade de vida das populações atuais e futuras.

CÓDIGO FLORESTAL - É o ponto paradigmático desse processo de degradação da agenda socioambiental a iminente votação de uma proposta de novo Código Florestal que desfigura a legislação de proteção às florestas, concede anistia ampla para desmatamentos irregulares cometidos até julho de 2008, instituindo a impunidade que estimulará o aumento do desmatamento, além de reduzir as reservas legais e Áreas de Proteção Permanente em todo o País. A versão em fase final de votação nos próximos dias afronta estudos técnicos de muitos dos melhores cientistas brasileiros, que se manifestam chocados com o desprezo pelos alertas feitos sobre os erros grosseiros e desmandos evidentes das propostas de lei oriundas da Câmara Federal e do Senado.

Em outras oportunidades, durante os oito anos da administração Fernando Henrique Cardoso e nos dois mandatos da administração de Luís Inácio Lula da Silva, houve tentativas de reduzir os mecanismos legais de proteção a florestas e ao meio ambiente. Mas a maior parte delas foram barradas pelo Executivo, devido à forte contestação da sociedade. Hoje o Executivo se mostra inerte e insensível à opinião pública, a começar pelo Ministério do Meio Ambiente que interrompeu a realização das Conferências Nacionais de Meio Ambiente e tem sido conivente e passivo frente ao desmonte da legislação pertinente à sua área de atuação.

Invertendo aquela tradição, a atual administração deixou sua base parlamentar fazer o que bem entendesse, entrando na discussão quando o fato já estava consumado e de forma atabalhoada. Setores do governo interferiram para apoiar, às vezes veladamente, às vezes nem tanto, as propostas que reduzem as florestas, enquanto a tendência mundial, diante das mudanças climáticas, é aumentar a cobertura florestal.

REDUÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - Nesse primeiro ano, o governo Dilma não criou nenhuma unidade de conservação e, numa atitude inédita, enviou ao Congresso a Medida Provisória nº 558 que excluiu 86 mil hectares de sete Unidades de Conservação federais na Amazônia para abrigar canteiros e reservatórios de quatro grandes barragens, nos rios Madeira e Tapajós. Além de não ter havido prévia realização de estudos técnicos e debate público sobre as hidrelétricas do Tapajós, a Constituição Federal estabelece que a alteração e supressão de áreas protegidas só poderia se dar através de lei, o que levou a Procuradoria Geral da República a impetrar Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao Supremo Tribunal Federal contra o uso de Medida Provisória pela Presidente.

REDUÇÃO DO PODER DE FISCALIZAÇÃO DO IBAMA - O governo federal eleito com a maior bancada de apoio da história do país, que deveria ser capaz de implementar as reformas necessárias para avançar o caminho da democracia, da governança política, da economia ágil e sustentável, vem dando sinais de ser refém dos grupos mais atrasados encastelados no Congresso. O que o levou a aceitar e sancionar sem vetos a citada Lei Complementar 140, que retirou poderes de órgãos federais, tais como o Ibama e o Conama, fragilizando esses órgãos que tiveram importância fundamental na redução do desmatamento da Amazônia e na construção da política ambiental ao longo dos últimos anos.

ATROPELOS NO LICENCIAMENTO - Mais do que omitir-se diante dos ataques à floresta, o governo federal vem atropelando as regras de licenciamento ambiental, que visam organizar a expansão dos projetos de infraestrutura no Brasil. Diferente do tratamento dado ao licenciamento da BR 163 num passado recente, quando o governo construiu junto com a sociedade um Plano de Desenvolvimento Sustentável da região de abrangência da obra, o licenciamento da Hidrelétrica de Belo Monte é marcado pelo desprezo às regras, às condicionantes ambientais e à necessidade de consulta às populações indígenas afetadas. Esse novo “modus operandi” vem tornando-se prática rotineira, o que ameaça a integridade da região amazônica, onde pretende-se instalar mais de 60 grandes hidrelétricas e 170 hidrelétricas menores. O conjunto de grandes e pequenas hidrelétricas provocará não só mais desmatamento associado à migração e especulação de terras como, ao alterar o regime hidrológico dos rios da região, afetará de forma irreversível populações indígenas e comunidades locais.

PARALISIA NA AGENDA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS – Entre 2005 e 2010 o Brasil vinha dando passos decisivos ano após ano para avançar a agenda de enfrentamento das mudanças climáticas no cenário nacional e internacional. Esse esforço culminou, em 2009, com a acertada definição de metas para redução de gases de efeito estufa incorporadas na Lei da Política Nacional de Mudanças Climáticas que pautaram a virada de posição das economias emergentes. A regulamentação da lei em 2010 determinou a construção dos planos setorias para redução de emissões em 2011. Porém o que se viu em 2011 foi uma forte retração da agenda e nenhum dos planos setoriais previstos para serem desenvolvidos no primeiro ano do governo Dilma foram finalizados nem sequer passaram por qualquer tipo de consulta publica.

LENTIDÃO NA MOBILIDADE – A agenda socioambiental caminha vagarosamente mesmo nas áreas apontadas pelo governo como prioritárias — a construção de obras de infraestrutura. O PAC da Copa, lançado em 2009, prevê investimentos de R$ 11,8 bilhões em melhoria da mobilidade urbana, mas só foram efetivados 10% dos. Já é de conhecimento público que os sistemas metroviários não estarão em operação em 2014. No início deste governo foi lançado o PAC da Mobilidade, mas até o presente momento ainda não foram selecionados os projetos e assinados nenhum contrato para desembolso de verba foi assinado.

LENTIDÃO NO SANEAMENTO - Os investimentos em saneamento também andaram mais devagar do que fazia crer a intensa propaganda eleitoral. Com um orçamento inicial de R$ 3,5 bilhões, o governo investiu efetivamente apenas R$ 1,9 bilhão, valor 21% menor que em 2010. A liberação de recursos pela Caixa Econômica Federal também deixou a desejar (R$ 2,3 bilhões até novembro, apenas 25% do contratado). Peça fundamental de uma estratégia de redução da poluição de nossas águas, o saneamento básico no Brasil tem números vergonhosos: apenas 44,5% da população brasileira está conectada a redes de esgotos; e desse esgoto coletado, somente cerca de 38% é tratado (o que significa que mais de 80% do esgoto produzido no Brasil é despejado na natureza).

LENTIDÃO NA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E AUMENTO DA VIOLÊNCIA NO CAMPO - Não é apenas na criação de unidades de conservação e terras indígenas e quilombolas que a hegemonia dos setores mais retrógrados do país se faz presente. O primeiro ano do governo Dilma foi marcado pelo pior desempenho na área de criação de assentamentos da reforma agrária desde, pelo menos, 1995. O desembolso de recursos com ações para estruturar produtivamente os assentamentos já existentes foi o mais baixo da última década: R$ 65,6 milhões. O processo de titulação de terras indígenas e de quilombos também se arrasta – em 2011, só uma terra de quilombo foi titulada e três terras indígenas homologadas.

Esses retrocessos coincidiram com o aumento da violência no campo. Segundo levantamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 38 índios foram assassinados nos nove primeiros meses do ano passado, sendo 27 no Mato Grosso do Sul, cenário de tensas disputas por direitos territoriais. Esses números são engrossados por pelo menos oito assassinatos de agricultores familiares e/ou extrativistas em disputas com grileiros de terras, principalmente na região norte.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INERTE – Diante desses ataques contra a estrutura e competências de sua pasta, o Ministério do Meio Ambiente, de forma inédita, tem acatado com subserviência inaceitável os prejuízos para as atribuições de órgãos, como a fragilização do Conama e a redução dos poderes do Ibama na fiscalização e no licenciamento. Frente as agressões ao bom senso e à ciência contidas na proposta do Código Florestal, a Ministra deu seu beneplácito ao aceitar a alegação de que o texto não continha cláusulas de anistia, quando ele claramente concede perdão amplo, geral e irrestrito para a grande maioria dos desmatadores ilegais.

Diante desses retrocessos apontados, as organizações sociais signatárias apelam para que a Presidente cumpra os compromissos assumidos em campanha e retome a implementação da agenda de sustentabilidade no País. Somente uma ação forte nesse sentido evitará os graves prejuízos para a sociedade brasileira e que o Brasil viva o vexame de ser ao mesmo tempo anfitrião e vilão na Rio + 20, em junho deste ano.

Instituto Socioambiental – ISA
Instituto Democracia e Sustentabilidade - IDS
Fundação SOS Mata Atlântica
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – Ipam
Rios Internacionais – Brasil
Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA)
Grupo de Trabalho Amazônica (Rede GTA)
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi)
Associação Alternativa Terrazul
WWF Brasil”

terça-feira, março 06, 2012

Sexualidade e Erotismo na História do Brasil - com Mary del Priore (Parte 1)

Sexualidade e Erotismo na História do Brasil - com Mary del Priore (Parte 2)

As 10 músicas mais tristes de artistas brasileiros

Clique no título acima e veja os clips de cada uma das 10 músicas escolhidas pela revista VEJA.
Claro que podemos escolher outras 10, mas, na minha opinião, a escolhida em primeiro lugar é mesmo uma obra-prima absoluta e uma das mais tristes canções que conheço.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 1




Eike Batista é o homem mais rico do Brasil. Sua fortuna está calculada em 27 bilhões de dólares, ou 48 bilhões de reais. Além disso é o 8º mais rico do mundo.

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 2

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 3

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 4

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 5

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 6

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 7

EIKE BATISTA NO RODA VIVA - PARTE 8

EIKE BATISTA ENTREVISTADO POR MARÍLIA GABRIELA - PARTE 4

EIKE BATISTA ENTREVISTADO POR MARÍLIA GABRIELA - PARTE 3

EIKE BATISTA ENTREVISTADO POR MARÍLIA GABRIELA - PARTE 2

EIKE BATISTA ENTREVISTADO POR JÔ SOARES - PARTE 1

EIKE BATISTA ENTREVISTADO POR JÔ SOARES - PARTE 2

EIKE BATISTA ENTREVISTADO POR JÔ SOARES - PARTE 1

sábado, fevereiro 04, 2012

There is a strong correlation between low intelligence both as a child and an adult, and right-wing politics.

Right-wingers are less intelligent than left wingers, says study
Children with low intelligence grow up to be prejudiced
Right-wing views make the less intelligent feel 'safe'
Analysis of more than 15,000 people
By ROB WAUGH

Right-wingers tend to be less intelligent than left-wingers, and people with low childhood intelligence tend to grow up to have racist and anti-gay views, says a controversial new study.
Conservative politics work almost as a 'gateway' into prejudice against others, say the Canadian academics.
The paper analysed large UK studies which compared childhood intelligence with political views in adulthood across more than 15,000 people.
The authors claim that people with low intelligence gravitate towards right-wing views because they make them feel safe.

The survey, which compared childhood intelligence with political views, is bad news for David Cameron, the Conservative Party Prime Minister but should give a lift to Labour Party leader, Ed Miliband, pictured in Question Time
Crucially, people's educational level is not what determines whether they are racist or not - it's innate intelligence, according to the academics.
Social status also appears to play no part.
The study, published in Psychological Science, claims that right-wing ideology forms a 'pathway' for people with low reasoning ability to become prejudiced against groups such as other races and gay people.

Left-wingers tend to be more open-minded says the survey - Democrats voted in first black U.S. president Barack Obama. But right-wing ideology forms a pathway for prejudice - Republican frontrunner Mitt Romney, pictured right, was glitter-bombed yesterday by gay-rights activists because of his views
'Cognitive abilities are critical in forming impressions of other people and in being open minded,' say the researchers.
'Individuals with lower cognitive abilities may gravitate towards more socially conservative right-wing ideologies that maintain the status quo.
'It provides a sense of order.'
The study, by academics at Brock University in Ontario, Canada, used information from two UK studies from 1958 and 1970 , where several thousand children were assessed for intelligence at age 10 and 11, and then asked political questions aged 33.
The 1958 National Child Development involved 4,267 men and 4,537 women born in 1958.

As scientists discover how to 'translate' brainwaves into words... Could a machine read your innermost thoughts?
How everyone from top civil servants to TV presenters are using a loophole to only pay 21% tax - and how you can do the same
'Individuals with lower abilities may gravitate towards right-wing ideologies that maintain the status quo.
It provides a sense of order,' say the academics
The British Cohort Study involved 3,412 men and 3,658 women born in 1970.
It's the first time the data from these studies has been used in this way.
In adulthood, the children were asked whether they agreed with statements such as, 'I wouldn't mind working with people from other races,' and 'I wouldn't mind if a family of a different race moved next door.'
They were also asked whether they agreed with statements about typically right-wing and socially conservative politics such as, 'Give law breakers stiffer sentences,' and 'Schools should teach children to obey authority.'
The researchers also compared their results against a 1986 American study which included tests of cognitive ability and questions assessing prejudice against homosexuals.
The authors claim that there is a strong correlation between low intelligence both as a child and an adult, and right-wing politics.
The authors also claim that conservative politics is part of a complex relationship that leads people to become prejudiced.
'Conservative ideology represents a critical pathway through which childhood intelligence predicts racism in adulthood,' says the paper.
'In psychological terms, the relation between intelligence and prejudice may stem from the propensity of individuals with lower cognitive ability to endorse more right wing conservative ideologies because such ideologies offer a psychological sense of stability and order.'
'Clearly, however, all socially conservative people are not prejudiced, and all prejudiced persons are not conservative.'

domingo, janeiro 22, 2012

Homenagem ao Dr. SÓCRATES - CANÇÃO DE JOSÉ MIGUEL WISNIK NA VOZ DE NÁ OZZETTI

RODRIGO SANTORO FALA SOBRE "MEU PAÍS"

ANDRÉ RISTUM FALA SOBRE "MEU PAÍS"

CHICO BUARQUE LÊ JOÃO CABRAL DE MELO NETO

CLARICE LISPECTOR - De lá prá cá (2010) 90 ANOS DO SEU NASCIMENTO


PARTE 1



PARTE 2

CLARICE LISPECTOR - homenagem e sua última entrevista em 1977


PARTE 1



PARTE 2



PARTE 3



PARTE 4



PARTE 5

LISBON REVISITED, de Fernando Pessoa

WAGNER MOURA NO PROGRAMA "PROVOCAÇÕES"

ARNALDO ANTUNES NO PROGRAMA "PROVOCAÇÕES"


PARTE 1


PARTE 2



PARTE 3

POLÊMICA: MAESTRO JULIO MEDAGLIA CRITICA A MÚSICA BRASILEIRA DOS ÚLTIMOS ANOS




"toda essa musica sertaneja que a gente escuta desde a década de 1990 não passa de um bolerão de puteiro de cais de porto de quinta categoria"
-
"E também esse falso pagode, que se ouve durante tantos anos aí recentemente, todo ele junto não vale uma pausa de uma música do Nelson Cavaquinho"





"Quanto mais cresce a indústria cultural e as facilidades, pior vai ficando a música. Você liga o rádio é um lixo total."