E quem quiser contribuir, mandando inclusive textos, é só me contactar. Comentários, é claro, serão bem-vindos - quem quiser polemizar, discutir, brigar, também pode: só não prometo continuar no tema, pois o tempo nem sempre existe, nem tudo vale a pena mergulhar fundo e os assuntos são muitos.

Ah! Para quem não me conhece, posso me definir como um ATIVISTA CULTURAL BRASILEIRO – adotando definição dada pela jornalista Beatriz Wagner (obrigado, Bea!) durante o Brazil Film Festival de Sydney, em outubro de 2009. Sou de São Paulo, capital, mas moro em Sydney, Austrália desde o final de 1980. Além de ser ou gostar de ser um ativista cultural, ou como parte disso, faço música, cinema, escrevo, trabalho como guia de turismo multilíngüe (em português, inglês, espanhol e italiano) viajando por toda a Austrália, faço traduções, dou aulas de violão, português e inglês, entre outras coisas – e sou formado em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie (SP) sem ter exercido a profissão.

terça-feira, março 27, 2012

CARLOS MALTA - PIXINGUINHA ALMA E CORPO


Um dos mais lindos CDs de música brasileira de todos os tempos, disco raríssimo e não mais disponível no mercado brasileiro e mundial (só encontrei fora do Brasil, de segunda mão, por preços a partir de US$59-00)
Fica aqui um link que achei através do Rapidshare (basta copiar e colar): https://rapidshare.com/files/639533880/carlos_malta_e_quarteto_de_cordas.rar
para quem não quiser perder esta rara oportunidade de ouvir em MP3 essa verdadeira obra-prima brasileira.
Músicas de Pixinguinha interpretadas pelo multi-instrumentista Carlos Malta - nos instrumentos de sopro - e um quarteto de cordas: Ricardo Amado (primeiro violino), Mariana Salles (segundo violino), Jayro Diniz (viola), Hugo Pilger (violoncelo).
Carlos Malta é um dos maiores músicos do planeta, sem qualquer exagero.
Lançamento do ano 2000.

Aqui vai um texto de Tárik de Souza sobre esta maravilha e também sobre outra obra-prima de Carlos Malta, Pimenta, CD no qual homenageia Elis Regina (recomendo que todos ouçam e comprem tudo de Carlos Malta):

O dínamo multisopros Carlos Malta, felizmente, não pára quieto. Formado na escola hiperativa de Hermeto Pascoal, com quem tocou durante 12 anos, ele gravou em 1998 um disco cujo título define suas habilidades (Escultor do Vento), embarcou no ano seguinte na recuperação da sonoridade do pífano nordestino (o intrigante Carlos Malta e o Pife Muderno) e reaparece agora com dois CDs de uma tacada. Em Pimenta, ele navega através de clássicos marcados a ferro & brasa pela voz da Pimentinha Elis Regina. Já Pixinguinha, Alma e Corpo veste traje de câmara (com quarteto de cordas, dois violinos, viola e cello) na obra do mestre do choro. "Naquele Tempo" ganha um toque à Piazzolla no ostinato do cello de Hugo Pilger. A pouco conhecida "Dininha" leva tempero impressionista de Debussy e Erik Satie. Malta (nos saxes soprano, alto, tenor, flautim, arranjos e regência) valoriza a técnica de contrapontos de Pixinguinha (especialmente em sua fase como sax-tenorista) em faixas como "Proezas de Sólon" e na polirritmia de "Lamentos" (de um 6/8 para um 2/4). Do som de retreta no saltitante "A Vida é um Buraco" aos dribles de sopro de "1 X 0" e um "Carinhoso" com sax destacando-se do bloco de cordas, o disco tem a densidade da obra-prima. Próximo disso, com a tarefa árdua de trabalhar sobre standards muito surrados como Fascinação ou Garota de Ipanema, Malta mostra seu lado mais jazzístico (e condimentado) em Pimenta. Espana a obviedade em arranjos que reconstroem atmosferas de jóias como Cais (pontuada no surdão), Águas de Março (em espaçosos improvisos), Upa Neguinho (flauta percussiva, timbre sujo nas levadas), Nada Será como Antes (bordado de violão de 12 que abre para sax soprano jazzístico) e Ladeira da Preguiça (calcada no contraritmo da bateria em contraste com a dissonância do sax-barítono). Coisa de ourives. (Tárik de Souza)